VONTADE DE DIZER

VONTADE DE DIZER

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Colheita

                                                                 A colheita dá
 somente o que se planta   
 parece óbvio?
            oxalá  fosse...          

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Desejo de lua


Se peço e despeço
teu beijo
um conto de fadas
eu vejo
contado em noites de lua

Se negas e desnegas  
meu beijo
é ela a  fada
que vejo
envolta num veu quase nua

São nelas, nas fadas
que ensejo
o encanto do nosso desejo
dobrando num canto de rua


Ma Couto.







terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ar - dor

Mudo ardor
quase nada pra dizer
da fatalidade do amor

o que se pode fazer?

obstinar, ter prazer?
importunar, esmurecer?
diz amor
o que é que eu posso fazer?

Ma Couto










Luagira

A LUA                 MUNDO

GIRA

                                                         
                                                        MAL                             DIGO 


                                                                           NÃO.


( Ma Couto )





quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

BASTA


Sumi


Foi assim de repente. Sumi. Mergulhei nos lençois e lá fiquei. Presa do meu desconsolo, da minha raiva e da minha culpa. Sonhos, imagens vívidas, fantasias e falsas memórias me visitam em longos e demorados diálogos. Sonolenta, peço-lhes: por favor, alojem-se em outros lugares, minha casa tá cheia. Não há mais espaço. To mesmo num momento de redução de vida. Uma certa dose de economia me ronda. Menos amigos, menos amores, menos desgastes, dissabores. Em contrapartida, somente e cada vez mais - a paz. Se é que existe, se é que em algo consiste, além da sensação que me pertence de que a paz, me deixa muito camisolenta e bocejante. Mas enfim, to aqui nos meus lençois quase brancos. impuros e manchados de dor. É aqui que choro e resolvo. Nesse mergulho resolverei, pode ter certeza. Por isso, por esse exato motico, ao me levantar e enfiar a cabeça numa torrente de água quase gelada do chuveiro, me espertarei, enxugarei os cabelos e por isso, exatamente por isso, tenha certeza- nunca mais chorarei. MaCouto

sábado, 19 de novembro de 2011


Quem sabe...


Quem sabe um dia
Minha saia azul turmalina
Possa ao vento voar

Quem sabe  a rosa
Toda cheia de prosa
Ponha-me no meu lugar

  que estou  fora de eixo
Já que quase nada percebo
De tudo que devo enxergar

Mas será que devo mesmo?
A que dia a que horas
O recomeço
Se faz  necessário plantar?

Em que terra mora o sossego?
Num lugar feito paz
Qual a cor do  desapego?

Ora, quem sabe  esse desmantelo
Esse pouco caso, essa falta de zelo
Me  ajude a ressuscitar

Toda aminha graça
Toda a minha alegria
Que eu tinha antes do dia
Que o mundo passou a rodar.

MaCouto

Sem acordo


Hum...sem acordo, não acordo
Nem abro o olho, olho de esguelha
Se o mundo me pentelha
e niniguém tem pena
Melhor dormir
Melhor sonhar.


MaCouto

A Vida é de Quem é





segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Recuar?

Meus sonhos

Meus sonhos são cheios de linhas que se cruzam.
Fluxo de pessoas num corredor imenso unindo passado, presente 
e quem sabe, o futuro. 
Aquele " lá, um dia" que do hoje, visualizo quase como uma profecia.
Um emaranhado de emoções, de vida, de sentimentos que se abraçam 
e se entrelaçam uns aos outros buscando saídas e expressões. 
Aí, essa noite sonhei contigo e contigo, mas não eras tú como de fato és,
nem tú como para mim fostes um dia. Eras talvez como te desejo que fosses, 
um terceiro, feito de acordo com meus moldes e expectativas. 
Ah, os sonhos, sempre na contramão da realidade...

sábado, 22 de outubro de 2011

Não Posso Explicar


Se alguém me perguntar o que foi que aconteceu
pedirei calma para ler as letras
sentir a entonação
dar voz a surda interrogação
que mora dentro de mim


MCouto

Mais amor , por favor!

Olho aqui em ex-laço
um desembaraço
que em mim é desafio
que em mim é um pedaço
desse amor que ainda trago
 escondido par e passo...
MCouto

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

CONVITE


Convido você para participar do POCKET SHOW de lançamento do CD VONTADE DE DIZER de MARILDA COUTO e ERALDO COSTA . Em mostra, os compositores apresentarão algumas músicas do Cd na voz de Alexandra Senna e debaterão com o público presente temas das canções, como a mercantilização de nossas experiências e relações, sociedade do hiperconsumo, felicidade paradoxal pautada no desejo e no vazio existencial e a medicalização da vida.
Local- Livraria Saraiva – Shopping Doca Boulevard
Dia 14 de outubro às 19 hs. Entrada franca.

Tecnologia


Eu nunca fui uma moça bem-comportada.Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida,pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços.Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo.Não estou aqui pra que gostem de mim.Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho.E pra seduzir somente o que me acrescenta.Adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra.A palavra é meu inferno e minha paz.Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta.Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas.Por isso, não me venha com meios-termos,com mais ou menos ou qualquer coisa.Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar...Eu acredito é em suspiros,mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis,em alegrias explosivas, em olhares faiscantes,em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma,no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo.Eu acredito em profundidades.E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos.São eles que me dão a dimensão do que sou."
Maria de Queiroz

Mais um dia da criança se foi, mas permita-se conviver com a criança que mora dentro de 
você, sobretudo se ela for desobediente e transgressora.

 Felizes crianças pra nós!

O Gigante

sábado, 30 de julho de 2011

Cores 2

  Serra Carajás- Pa
  

Nunca morei no cor de rosa
Sou das profundezas do azul
Na cidade, bairro ou casa
Em zona leste ou zona azul
Não sou mulher cor de rosa
Sou mulher cor de azul...

MCouto


Só tenho as palavras
como  companhia
escrevo no banho, no chuveiro
no vazio, no destempero
no amor, no cativeiro
e quando sinto meus dedos úmidos
posso ver que tudo isso
parece nada, mas é muito.


MCouto

sábado, 9 de julho de 2011

Cores 1

(Foto:  Santarém - PA )
Claro que o azul 
é a minha cor preferida
adoro o céu 
e o mar me seduz
posso quere-lo
teme-lo
e sabe-lo
o que escondes
nesses olhos azuis...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Música em Homenagem a Elisa Lucinda

Fã que  sou de Elisa Lucinda, juntamente com Eraldo Costa fiz uma homengem a ela  em forma de música que faz parte do CD Vontade de Dizer. Um vídeo com a música foi postado  na net e encontrado pelo blog "A Fúria de Elisa " :

"Após algum tempo sem novas postagens, e, principalmente, após uma postagem triste para tantos de nós, julguei válido postar aqui algo leve, até mesmo alegre, que, em lugar de provocar-nos uma reflexão indignada – como bem o faz aquele “Só de sacanagem” – deixasse-nos com um sorriso nos lábios, aquietando-nos um pouco em meio ao turbilhão de más notícias: corrupção, violência, eleições à nossa porta, esperança, medo...

Foi sem querer que me dei com o belo vídeo que se segue, tratando-se ele de uma bela homenagem à Elisa Lucinda, cantada por Alexandra Senna e escrita por Marilda Couto. Considerando pouco dedicar apenas um post a tão bela canção, optei por fazer dela canção oficial do nosso blog disponibilizando-a também em nossa barra lateral, dando-nos às mãos com Marilda Couto, Alexandra Senna e Eraldo Costa em tão bela e merecida homenagem."

A fúria de Elisa disse...
Querida Marilda Couto e demais, eu é quem fico imensamente honrado pelo fato de vocês, criadores de tão bela canção, haverem tomado conhecimento da postagem e, melhor ainda, haverem-na aprovado. Do mesmo modo, estou certo de que Elisa - a grande homenageada neste blog (que não é o oficial dela) - também sentiu-se honrada e amada. Meu carinho e respeito. Alex Gabriel

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Égua!

vocês gostaram mesmo?
é meu tom verdadeiro
meu  jeito corriqueiro
de se dizer das coisas
como é que chama mesmo?
hum...acho que coloquial
oral,  informal
esse é o jeito fresco
de se dizer simples, normal
sem rebuscamento
que oculta os sentimentos
 a magia das palavras
que entram por todos os nossos buracos
olho, nariz, poros, sentidos
boca,  buceta, anus, ouvidos.

MCouto

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ora

Ora, ora tá certo
és substantivo  
ou provérbio
ou somente conjunção
que ora crê
que ora ora
que alterna
zomba ou chora
Mas advérbio não é não
Ora, é coisa séria
Quem ora já,  desde agora
Pode ser que ao ir  embora
Consiga um lugar, um chão
Ora, ora que falácia
Que mentira, que trapaça
No céu não tem terra não
No céu o  azul é intenso
Algodão doce é alimento
Lá voa-se sem avião
Mas pelo sim, pelo não
Vivo aqui devagarinho
Conversando com os santinhos
Orando em verso e canção.
M Couto

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

FHC - um elogio! ( Por pareça, que incrível)

Assisti ontem a uma entrevista do FHC. Homem inteligente, sábio em alguns aspectos e à frente do nosso tempo, inclusive do próprio partido político, ao qual pertence, em geral tão conservador. Entre coisas importantes que abordou, destaco: a impotência brasileira na chamada " guerra às drogas"( modelo absolutamente induzido pelos EUA) e o reconhecimento dos avanços do governo Lula, acrescentando: "Gosto do Lula, é dificil não gostar dele"! Parabéns presidente pelas declarações, em épocas aonde o orgulho, a vaidade, o poder, a soberania e a arrogância parecem sempre se sobrepor nas relações humanas.