VONTADE DE DIZER

VONTADE DE DIZER

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sumi


Foi assim de repente. Sumi. Mergulhei nos lençois e lá fiquei. Presa do meu desconsolo, da minha raiva e da minha culpa. Sonhos, imagens vívidas, fantasias e falsas memórias me visitam em longos e demorados diálogos. Sonolenta, peço-lhes: por favor, alojem-se em outros lugares, minha casa tá cheia. Não há mais espaço. To mesmo num momento de redução de vida. Uma certa dose de economia me ronda. Menos amigos, menos amores, menos desgastes, dissabores. Em contrapartida, somente e cada vez mais - a paz. Se é que existe, se é que em algo consiste, além da sensação que me pertence de que a paz, me deixa muito camisolenta e bocejante. Mas enfim, to aqui nos meus lençois quase brancos. impuros e manchados de dor. É aqui que choro e resolvo. Nesse mergulho resolverei, pode ter certeza. Por isso, por esse exato motico, ao me levantar e enfiar a cabeça numa torrente de água quase gelada do chuveiro, me espertarei, enxugarei os cabelos e por isso, exatamente por isso, tenha certeza- nunca mais chorarei. MaCouto

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